Está com a tireoide aumentada, e agora, o que pode ser?

A tireoide, uma pequena glândula em forma de borboleta, é essencial para o bom funcionamento do corpo, regulando desde o metabolismo até a energia. Quando ela aumenta de tamanho, condição conhecida como bócio, pode ser um sinal de que algo precisa de atenção.

Mas o que causa esse aumento? Será que é falta de iodo, uma doença autoimune ou algo mais sério? E quando os nódulos tireoidianos podem representar um risco? No próximo post, a Dra. Christiana Vanni, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, explica tudo sobre as causas, sintomas e tratamentos disponíveis para o aumento da tireoide. Fique atento e descubra o que seu corpo pode estar tentando te dizer!

O que Causa o Aumento da Tireoide?

O aumento da tireoide pode ser desencadeado por diversas condições que afetam o funcionamento normal da glândula. A seguir, detalhamos as principais causas que contribuem para essa condição:

Deficiência de Iodo

A tireoide necessita de iodo para sintetizar os hormônios tireoidianos, T3 e T4, que regulam o metabolismo do corpo. Uma ingestão insuficiente de iodo pode levar a glândula a crescer de forma compensatória para aumentar sua capacidade de captação desse elemento vital. Essa reação é uma tentativa de manter uma produção hormonal adequada frente à escassez de iodo.

Doenças Autoimunes

Algumas doenças autoimunes têm um impacto direto no aumento da tireoide. A Doença de Graves, por exemplo, é caracterizada pela produção excessiva de hormônios tireoidianos, frequentemente acompanhada de um aumento difuso da glândula. Por outro lado, a Tireoidite de Hashimoto, uma condição mais comum, geralmente leva a uma resposta inflamatória crônica que pode causar o aumento da tireoide e, eventualmente, reduzir sua função.

Hereditariedade

A hereditariedade pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento do bócio. Indivíduos com histórico familiar de doenças tireoidianas, como hipotireoidismo, hipertireoidismo ou bócio, têm maior predisposição a apresentar essa condição. Isso ocorre porque certas mutações genéticas podem afetar a função da tireoide, levando ao seu crescimento excessivo.

Além disso, fatores hereditários podem influenciar a capacidade do organismo de processar o iodo, um mineral essencial para a produção dos hormônios tireoidianos. Portanto, pessoas com casos de bócio na família devem ficar atentas e realizar acompanhamento médico regular para monitorar a saúde da tireoide.

Nódulos Tireoidianos

O desenvolvimento de nódulos na tireoide é outra causa comum para o aumento da glândula. Estes nódulos podem ser únicos ou múltiplos e variam consideravelmente em tamanho. Embora a maioria dos nódulos tireoidianos seja benigna, alguns podem ser malignos, o que exige uma avaliação cuidadosa e acompanhamento regular para determinar a natureza e o tratamento adequado.

Além dessas causas principais, outras condições menos comuns, como tumores, infecções ou doenças hereditárias, também podem provocar um aumento na tireoide. Identificar a causa específica é crucial para o desenvolvimento de uma estratégia de tratamento eficaz. 

A Dra. Christiana Vanni está capacitada para avaliar e tratar diversas condições da tireoide, utilizando abordagens diagnósticas avançadas e tratamentos personalizados conforme as necessidades de cada paciente.

Características dos Nódulos Tireoidianos

O sistema TI-RADS (Thyroid Imaging Reporting and Data System) é uma ferramenta padronizada utilizada para classificar nódulos tireoidianos com base em suas características ultrassonográficas. Essa classificação ajuda a estratificar o risco de malignidade e a definir a conduta clínica mais adequada. Abaixo, explicamos cada categoria do TI-RADS, com maior ênfase nas classificações 4 e 5, que indicam maior suspeita de malignidade.

TI-RADS 1: Tireoide Normal

• Características: Não há nódulos ou alterações na glândula tireoide.

• Risco de malignidade: Praticamente nulo.

• Conduta: Nenhuma intervenção necessária.

TI-RADS 2: Nódulos Benignos

• Características: Nódulos com características claramente benignas, como cistos simples ou nódulos totalmente esponjosos (compostos por múltiplos microcistos).

• Risco de malignidade: Menos de 2%.

• Conduta: Acompanhamento clínico sem necessidade de investigação adicional.

TI-RADS 3: Nódulos Provavelmente Benignos

• Características: Nódulos com características predominantemente benignas, mas que podem apresentar algumas alterações, como hipoecogenicidade leve ou margens bem definidas.

• Risco de malignidade: 2 a 5%.

• Conduta: Acompanhamento com ultrassonografia periódica, geralmente a cada 1-2 anos, para monitorar possíveis mudanças.

TI-RADS 4: Nódulos Suspeitos

• Características: Nódulos com achados ultrassonográficos que aumentam a suspeita de malignidade. Esses achados incluem:

• Hipoecogenicidade: Nódulos que aparecem mais escuros em relação ao tecido tireoidiano circundante.

• Margens irregulares ou mal definidas: Contornos não uniformes que sugerem invasão local.

• Microcalcificações: Pequenos pontos brilhantes no ultrassom, frequentemente associados a câncer de tireoide.

• Formato mais alto que largo: Quando o nódulo é mais alto do que largo em relação ao eixo da glândula.

• Vascularização aumentada: Presença de fluxo sanguíneo excessivo dentro do nódulo.

• Risco de malignidade: 5 a 20%.

• Conduta: Recomenda-se a realização de punção aspirativa com agulha fina (PAAF) para análise citológica e confirmação diagnóstica.

Clique aqui e saiba mais sobre TI-RADS 4.

TI-RADS 5: Nódulos Altamente Suspeitos

• Características: Nódulos com múltiplos achados ultrassonográficos altamente sugestivos de malignidade, como:

• Hipoecogenicidade marcada.

• Margens extremamente irregulares ou espiculadas.

• Microcalcificações abundantes.

• Extensão extratireoidiana: Quando o nódulo invade estruturas adjacentes.

• Risco de malignidade: Acima de 20%.

• Conduta: A PAAF é fortemente indicada para confirmação diagnóstica, e a cirurgia pode ser necessária, dependendo dos resultados.

Clique aqui e saiba mais sobre TI-RADS 5.

Importância da Classificação TI-RADS

O sistema TI-RADS permite uma avaliação padronizada e objetiva dos nódulos tireoidianos, reduzindo a subjetividade e auxiliando na tomada de decisões clínicas. Enquanto nódulos TI-RADS 1 a 3 geralmente requerem apenas acompanhamento, os classificados como TI-RADS 4 e 5 demandam investigação mais aprofundada devido ao risco intermediário e alto de malignidade, respectivamente. Essa estratificação é fundamental para definir a conduta adequada, que pode variar desde o acompanhamento periódico até a intervenção cirúrgica, dependendo das características do nódulo e do contexto clínico do paciente.

Tireoide Aumentada Pode Ser Câncer?

Sim, o aumento da tireoide pode, em alguns casos, estar associado ao câncer de tireoide, especialmente se houver nódulos com características suspeitas, como crescimento rápido, consistência dura ou fixação a estruturas próximas. Alterações ultrassonográficas como microcalcificações, margens irregulares, hipoecogenicidade (áreas mais escuras no exame), vascularização aumentada e formato mais alto que largo também são indicativos que merecem atenção e investigação mais detalhada, podendo incluir uma punção aspirativa (PAAF) para análise citológica. No entanto, a maioria dos nódulos tireoidianos é benigna. 

Para uma avaliação precisa, é essencial consultar um especialista e realizar exames como ultrassom e, se necessário, biópsia. O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz.

Quando o Aumento de Tireoide é Perigoso?

Embora a maioria dos nódulos da tireoide não seja cancerígena, certos sinais exigem uma investigação mais detalhada, como:

• Mudanças na Voz: Devido à proximidade da tireoide às cordas vocais, nódulos grandes podem pressionar essas estruturas, causando rouquidão.

• Dificuldade de Engolir ou Respirar: Grandes nódulos podem pressionar o esôfago ou a traqueia.

• Sintomas de Hipertireoidismo ou Hipotireoidismo: Nódulos funcionais podem secretar hormônios tireoidianos, desregulando o equilíbrio hormonal do corpo.

Diagnóstico de Tireoide Aumentada

Identificar e caracterizar nódulos tireoidianos é um processo imprescindível para determinar a estratégia de tratamento apropriada. A Dra. Christiana Vanni utiliza uma série de exames diagnósticos para avaliar nódulos na tireoide, garantindo um diagnóstico preciso e informado. Saiba quais são os principais métodos para fazer o diagnóstico de aumento da tireoide:

Exames Iniciais

Exame físico e anamnese detalhada: A avaliação começa com uma conversa cuidadosa sobre o histórico médico do paciente, sintomas apresentados e possíveis fatores de risco, como histórico familiar de doenças tireoidianas. Durante o exame físico, a Dra. Christiana Vanni palpa a região do pescoço para identificar alterações no tamanho, forma e consistência da tireoide, além de verificar a presença de nódulos ou outras anormalidades.

Ultrassonografia Tireoidiana: Este é o primeiro exame realizado quando um nódulo é suspeito. A ultrassonografia fornece imagens detalhadas da tireoide, permitindo avaliar o tamanho, forma, localização e características ecográficas dos nódulos. Essas características podem incluir calcificações, a composição sólida ou cística do nódulo e a sua vascularização, fatores que ajudam a estimar o risco de câncer.

Exames de Sangue: Exames para medir os níveis de hormônios tireoidianos e a presença de anticorpos podem ajudar a entender melhor o funcionamento da tireoide e identificar desordens funcionais que podem estar associadas a nódulos.

Biópsia por Aspiração com Agulha Fina (PAAF)

Quando um nódulo apresenta características suspeitas na ultrassonografia ou se há outros fatores de risco para câncer de tireoide, como histórico familiar ou crescimento rápido do nódulo, a Dra. Vanni pode recomendar uma biópsia por aspiração com agulha fina (PAAF). Este procedimento é minimamente invasivo e consiste na coleta de células do nódulo para análise citológica.

A PAAF é geralmente guiada por ultrassom, o que aumenta a precisão da amostragem. A análise citológica pode diferenciar entre nódulos benignos, suspeitos e malignos, fornecendo informações vitais que influenciarão as decisões sobre o tratamento adequado.

Avaliação Complementar

Em casos selecionados, onde os resultados da PAAF não são conclusivos ou se há uma discrepância entre os resultados da ultrassonografia e da PAAF, podem ser necessários exames adicionais, como:

Ressonância Magnética (RM) ou Tomografia Computadorizada (TC): Estes exames podem ser utilizados para uma avaliação mais detalhada da extensão dos nódulos, especialmente se houver suspeita de invasão de estruturas adjacentes.

Testes moleculares (MirType e ThyroSeq): Esses testes analisam alterações genéticas e moleculares nos nódulos tireoidianos, ajudando a identificar marcadores específicos que podem indicar malignidade ou benignidade. Eles são particularmente úteis em casos de resultados inconclusivos da PAAF, fornecendo informações adicionais para orientar a conduta médica e a decisão sobre a necessidade de cirurgia ou acompanhamento.

A abordagem diagnóstica da Dra. Christiana Vanni é sempre personalizada, com o objetivo de oferecer o máximo de segurança e eficácia, minimizando ao mesmo tempo os procedimentos desnecessários. Se você tem preocupações com um possível nódulo tireoidiano, agende uma consulta para uma avaliação completa e detalhada.

Médica Especialista em Tireoide

Se você notou sintomas relacionados ao aumento da tireoide ou tem preocupações sobre a saúde da sua tireoide, é fundamental buscar a orientação de um médico especialista. A Dra. Christiana atende em consultório na cidade de São Paulo e também oferece consultas por telemedicina para pacientes de todo o Brasil e exterior.

Com sua vasta experiência em doenças de tireoide, a Dra. está pronta para oferecer diagnósticos precisos e tratamentos personalizados. Agende sua consulta para discutir suas opções de tratamento e manter o cuidado com sua saúde em dia.